O texto “Ecossocialismo: construindo uma nova utopia” visa reunir algumas idéias, demonstrando que um novo projeto de sociedade já esta em gestação no movimento social e na imaginação da população no Brasil e no mundo. Este novo projeto possui semelhanças, mas, também importantes diferenças, em relação a outros projetos alternativos, discutidos há mais tempo. O que possui de inédito é a constatação de que já se pode mais falar e em salvar a humanidade da exploração e da destruição, enquanto espécie, sem se falar, no mesmo grau de importância da salvação do planeta, enquanto ambiente habitável e vice-versa.
O Manifesto Ecossocialista, Lançado em 2001 na França, por Michel Löwy, outros e outras, logo obteve adesões de militantes em diversos outros países nos anos seguintes. Isso nos poupou o desgaste de patinarmos, sem sair do lugar, pela ausência da formulação dessa nova ideologia. Trata-se, agora, de irmos além da divulgação de uma nova utopia e aprofundar sua ideologia, apontando suas preocupações programáticas centrais, tentando dimensionar e posicionar cada tema adequadamente.
Mesmo que, ainda não se possa pretender um programa ecossocialista mais definido para o Brasil, é importante que se comece a apontar algumas passagens, desde já, dignas de destaque para que a proposta vá assumindo as suas feições de projeto factível. No texto, aqui apresentado, alguns movimentos sociais, como o dos Sem Terra, Sindical, os populares e o Estudantil, não só apresentam demandas ligadas à questão ambiental, como começam a sentir a necessidade de uma melhor adequação programática e de organização, que respondam à urgência de maiores e mais ágeis mobilizações populares, focalizando essa temática.
Por isso, às análises e implicações político-ideológicas dessa nova utopia, foram somados os seguintes temas: desemprego; lixo; reforma urbana; as chamadas grandes catástrofes naturais, suas consequências e a condições da humanidade para reagir a elas; a preservação das florestas; os transgênicos; a transposição do Rio São Francisco; a cobrança pelo uso da água; inserções ecossocialistas num programa econômico alternativo para o país.
Aí estão acontecimentos em diversos países, apontando para o âmbito planetário da questão ambiental, os quais demonstram, mais do que a atualidade, a necessidade inadiável de uma cuidadosa retomada dessa temática. Teríamos inúmeros exemplos a citar, mas, aqui, basta os problemas com as usinas nucleares, que enfrenta o Japão, após o tsunami de março passado.
Abaixo estão os links da Revista Virtual Partes, onde encontraremos a republicação, cinco anos depois da inicial, de “ECOSSOCIALISMO: CONSTRUINDO UMA NOVA UTOPIA”. Se o projeto dos “Núcleos Socialistas” não está mais em debate, permanecem as necessidades, tanto do surgimento de um sujeito coletivo, que elabore e aja no sentido colocado no texto, quanto do debate das questões de fundo, situadas no texto.
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