Seguidores

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Internet é arma política para 71% dos jovens

Pesquisa mostra que rede se firma como ferramenta de mobilização alternativa

DE SÃO PAULO

 Descontentes com as instituições políticas tradicionais, os jovens brasileiros consolidaram a internet como instrumento alternativo para mobilização social, mostra pesquisa feita pelo Datafolha em parceira com a agência de publicidade Box.
 Para 71% dos entrevistados, é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos.
O dado, segundo especialistas ouvidos pela Folha, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.
 A pesquisa compreendeu uma fase qualitativa, a que se seguiu um painel quantitativo. Neste, foram entrevistados 1.200 jovens com idade entre 18 e 24 anos, em cidades de quatro regiões do país.
"Esse jovem pensa a política de forma menos hierárquica e mostra uma descrença em relações às instituições formais, como partidos ou governo", diz Gabriel Milanez, pesquisador da Box.
 O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que "a juventude se comunica diretamente". "Ela salta instituições. É preciso uma liderança que faça a ponte entre a sociedade e a necessidade de organização institucional", disse à Folha.
 Exemplos desse "salto" ficaram frequentes no noticiário dos últimos meses.
No Egito, por exemplo, a imagem da praça Tahrir tomada por manifestantes organizados pela internet tornou-se símbolo da queda do ex-presidente Hosni Mubarak. No Brasil, em proporção ainda reduzida, o poder de mobilização das redes sociais também já aparece.
 Por fora dos partidos e das organizações tradicionais da juventude, organizaram-se protestos como as marchas da Maconha e da Liberdade, assim como o Churrascão da Gente Diferenciada, contra moradores de Higienópolis, na capital paulista, que fizeram oposição à construção de uma estação de metrô.
 Para o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, são eventos que apontam para um momento de transição.
"A forma partidária chegou a um esgotamento e as demandas vão se expressar de uma nova forma. Há, no entanto, uma questão em aberto, que diz respeito a como a sociedade vai se organizar a partir daí", diz.
 Marco Magri, um dos coordenadores da Marcha da Maconha e ativista de outros movimentos organizados pela rede, reconhece a "falência" do que chama de "política institucional". "O descontentamento com esse modelo se reflete no tamanho das mobilizações que anônimos conseguem promover."
 "Essa política tradicional está fadada a perder espaço. E a nós caberá o desafio de levar aqueles que se mobilizam na internet às ruas, que é o que provoca algum resultado", avalia.
(DANIELA LIMA)

terça-feira, 14 de junho de 2011

CONCURSO CAMÉLIA DA LIBERDADE

CONCURSO CAMÉLIA DA LIBERDADE
O CEAP, do Rio de Janeiro, vai lançar durante o mês de junho a versão 2011 do Concurso Camélia da Liberade com o tema "Luiza Mahin: uma rainha africana no Brasil", que trata da história dessa incrível personagem, mãe do poeta Luiz Gama, e que lutou nas revoltas da Sabinada e dos Malês.
Podem participar estudantes de escolas de Ensino Mécio, escolas técnicas, escolas especiais e pré-vestibulares populares, que concorrerão a prêmios como um supercomputador e, suas escolas, um laboratório de informática.
Maiores informações: www.portalceap.org.br

Manifesto contra a violência policial

Manifesto contra a violência policial


"60% dos jovens de periferia/ Sem antecedentes criminais/ Já sofreram violência policial/ A cada 4 pessoas mortas pela polícia 3 são negras/ Nas universidades brasileiras/ Apenas 2% dos alunos são negros/ A cada 4 horas um jovem negro morre violentamente em São Paulo..." Infelizmente a atualidade da música do grupo Racionais MC's se mostra da forma mais cruel possível com o recente assassinato do jovem de 15 anos, Alisson de Paula Guerreiro.
Alisson de Paula Guerreiro, 15 anos, negro, estudante da EE Ataulpho Alves, morador de São Miguel Paulista, zona Leste de São Paulo, foi mais uma vítima da Polícia Militar de São Paulo, sendo sumariamente executado na noite de sexta-feira, 10 de junho, em frente à Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul).
A morte de Alisson, pelas mãos da PM, demonstra a triste realidade da violência cotidianamente sofrida pela juventude negra das periferias brasileiras, em que, de acordo com dados de pesquisa do IPEA, 50% das mortes de negros no país são decorrentes de homicídios. Dado confirmado por estudos que apontam que as chacinas vitimam preferencialmente jovens negros de 15 a 25 anos (75% das mortes de jovens nesta faixa etária) e demonstra de forma nua e crua a violência racista praticada pelas instituições do Estado.
Não podemos nos calar diante do extermínio de nossos filhos, amigos e alunos. Quantos outros "Alissons" terão sua juventude interrompida pelas mãos da polícia cotidianamente? 



Abaixo o racismo!
Basta de violência contra a juventude negra!
Pela punição do assassino de Alisson!
Pelo fim da impunidade dos assassinos de nossa juventude!



Assinam: Professores e alunos da EE Ataulpho Alves